Goiás acabou de ultrapassar a marca histórica de 10 Megawatts (MW) de energia solar fotovoltaica instalada. Desde o lançamento do Programa Goiás Solar, no início de 2017, até agora, o Estado passou da 17ª posição no ranking nacional de energia solar fotovoltaica para a nona colocação. O programa é executado pelo Governo de Goiás através da Secima. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, dia 24, pelo presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absol), Rodrigo Lopes Assuaia, durante o I Seminário Internacional sobre Energias Renováveis no Estado de Goiás. O evento aconteceu durante todo o dia no auditório da Acieg, em Goiânia.
Este total representa muito pouco, é verdade, perto do potencial que Goiás tem para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica, mas é um passo importante. A matriz energética fotovoltaica cresceu mais de sete vezes no Estado em menos de um ano e meio de trabalho”, destacou o dirigente da Absol.
Segundo ele, novas linhas de financiamento estão sendo estruturadas para o setor pelo BNDES e pelos fundos constitucionais para serem operadas, no caso do Centro-Oeste, pelo Banco do Brasil. Assuaia acrescentou que será ofertado financiamento, não apenas para a pessoa jurídica, mas também para pessoa física. Produtores rurais serão contemplados, assim como residentes da área urbana, aquelas pessoas que desejam investir em energia solar fotovoltaica na sua residência para abastecer sua família e assim reduzir o peso da energia elétrica, cujos custos têm aumentado muito nos últimos anos para consumidores
Geração distribuída
Na abertura do seminário, o superintendente-executivo do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Secima, Paulo Humberto Guimarães, que representou o governador José Eliton e o secretário Hwaskar Fagundes, lembrou que poucos Estados têm como Goiás a insolação propícia ao aproveitamento para a energia solar fotovoltaica. “ Em menos de três anos saímos de uma posição periférica para o nono lugar no País na geração de energia solar fotovoltaica de geração distribuída, que são essas usinas que ficam em cima as casas. As pessoas compram para poder reduzir sua conta de energia”, afirmou.
Conforme Guimarães, a iniciativa da realização de um seminário internacional em Goiás sobre o tema reflete a fase de engajamento das empresas e instituições envolvidas na busca pela consolidação de projetos, programas e ferramentas tecnológicas que permitam o avanço no planejamento energético do Estado, em especial no que se refere às energias renováveis. ”Através da Secima, o Estado de Goiás mostra o alinhamento de áreas estratégicas relacionadas ao tema energia: infraestrutura, gestão dos recursos hídricos e licenciamento ambiental, proporcionando um bom ambiente para a prospecção e o desenvolvimento de projetos que contribuirão para o desenvolvimento”, afirmou o superintendente.
Para a superintendente de Energia, Telecomunicações e Infraestrutura da Secima, Danúsia Arantes Ferreira, com a sinergia e a atuação conjunta do Executivo e do Legislativo, através do Fórum Permanente de Energias Renováveis e da Superintendência, está sendo possível dialogar com o setor, identificar os desafios, as oportunidades e, de forma sistêmica, construir um caminho comum em busca do desenvolvimento de novas matrizes energéticas para o Estado.
O presidente do Fórum Permanente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético do Estado de Goiás e presidente do Comitê de Energia Renovável da Assembleia Legislativa, deputado estadual Simeyzon Silveira, destacou que o objetivo do seminário é trazer especialistas da área de energias renováveis, de forma que seja feita um troca e criada uma sinergia para que o setor se fortaleça cada vez mais e o País se desenvolva com uma matriz energética “ limpa, forte e sustentável”.
Uma das palestrantes do evento foi a professora da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, Anna J. Wierczoerk. Ela abordou o tema Políticas Públicas Transformadoras. A pesquisadora relatou a experiência dos consumidores holandeses na escolha por matrizes energéticas mais sustentáveis, em substituição ao combustível fóssil. Wierczoerk citou ainda os exemplos dos Estados Unidos e da China, onde o número de painéis solares fotovoltaicos instalados em residências tem crescido significativamente por meio de apoio governamental, oferta de crédito e aceitação pública.
Fonte: Comunicação Setorial – Secima