Depois da capital, Anápolis é o município que mais perdeu recursos para procedimentos no Estado
DA REDAÇÃO
A conta não fecha. Os R$ 50 mil que o Ministério da Saúde pagava por um desfibrilador com marcapasso para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) reduziram para R$ 18,5 mil. Esse é apenas um dos 50 itens divulgados em uma portaria do órgão federal reduzindo o valor repassado a hospitais que realizam cirurgias cardíacas. Na prática, o problema chega aos municípios brasileiros, que lidam com filas de pacientes à espera do procedimento. Depois da capital, Anápolis é a cidade goiana que mais perdeu recursos, com prejuízo superior a R$ 1 milhão. Ao todo, o Estado deixará de receber R$ 13,5 milhões.
Ouça entrevista gravada pela Rádio Imprensa com o Secretário de Saúde de Anápolis, Julio César Espíndola:
Mas o prejuízo que mais preocupa o secretário municipal de Saúde, Júlio César Spíndola, é à vida de quem depende da cirurgia. “Nós fomos notificados pelo prestador de serviços que algumas cirurgias foram canceladas. Estamos nos articulando para que o Ministério revogue essa decisão”, expõe, relembrando a reunião desta semana com municípios próximos a Anápolis, que fazem parte da Regional Pirineus, e as discussões ao longo do mês de janeiro para analisar o cenário e definir ações.
No ano passado, a Secretaria de Saúde do município editou uma portaria para complementar o valor de itens defasados do repassa federal para outros procedimentos. “Nós tínhamos solucionado o problema”, comenta Júlio, manifestando preocupação com a falta de suporte da União para um tema que é de responsabilidade do Ministério da Saúde.
Semanalmente, Anápolis realiza, em média, oito procedimentos de média e alta complexidade que dependem da verba federal, cortada em mais de R$ 292 milhões, como estabelece a portaria ministerial. Por causa da pandemia, o andamento das cirurgias foi afetado, e a possibilidade de oferecer a solução para pacientes que dependem do serviço ficou mais distante. “Estamos procurando parlamentares e queremos chegar ao Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e também o Conselho de Secretários Municipais”, diz Júlio César.