Saldo entre empresas abertas e fechadas no país voltou a ser positivo em 2019, segundo IBGE

O resultado põe fim a um período de cinco anos de saldos negativos com mais empresas fechadas que abertas

DA REDAÇÃO

Após cinco saldos negativos seguidos, a diferença entre o número de empresas abertas e fechadas no país foi positiva em 2019, chegando a 290,9 mil. O maior saldo positivo de empresas foi registrado nas atividades profissionais científicas e técnicas e de saúde humana e serviços sociais.

O dado é do estudo Demografia das Empresas e das Estatísticas de Empreendedorismo, divulgado nesta sexta-feira (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de entrada de empresas em 2019 foi de 20,2% (ou 947,3 mil), sendo 15,5% de novas empresas e 4,7% de reentradas. A taxa de saída ficou em 14,0% (ou 656,4 mil empresas). Esse resultado de 2019 reverteu parte do encolhimento observado de 2014 a 2018, quando foi registrada a perda de 382,5 mil empresas.

De acordo com o IBGE, parte deste saldo positivo pode estar relacionado ao fato de que, em 2019, a Demografia das Empresas, que tem como base de dados o Cadastro Central de Empresas, passou a incorporar também as informações do eSocial, em um processo de substituição gradativa dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Uma das perguntas não incluídas no eSocial é aquela onde a empresa declara ter exercido ou não suas atividades naquele ano. Assim, é possível que algumas empresas estejam formalmente ativas, mas que, na prática, não estejam operando, de acordo com o IBGE.

Do total de empresas ativas, 3,7 milhões já estavam em atividade em 2018, o que representa uma taxa de sobrevivência de 79,8%. “O estudo mostra que a taxa de sobrevivência é mais elevada nas empresas de maior porte e que nas novas empresas elas são mais compostas por assalariados com menor grau de escolaridade, se comparada às empresas sobreviventes”, disse o Gerente do estudo, Thiego Gonçalves Ferreira.

“Quanto ao empreendedorismo, o destaque foi a manutenção do ritmo de expansão do número de empresas de alto crescimento pelo segundo ano seguido, chegando em 2019 a 25 mil unidades, sendo que dessas, 11,2% são gazelas [empresas de alto crescimento, com até cinco anos de idade]”, afirmou o gerente do estudo.

Panorama de 2019

Em 2019, o Cadastro Central de Empresas somava um total de 4,7 milhões de empresas ativas que empregavam 39,7 milhões de pessoas, sendo 83,3% como assalariadas e 16,7% na condição de sócios ou proprietários.

Dados da pesquisa

O saldo de assalariados, resultado da dinâmica de entrada e saída das empresas em 2019, também foi positivo, com aumento de 595,5 mil postos. Já em relação ao empreendedorismo, em 2019, o número de empresas de alto crescimento chegou a 25.011, com aumento de 10,0% frente a 2018. Foi o segundo ano consecutivo de alta.

O maior saldo de empresas foi registrado nas atividades profissionais científicas e técnicas (61.388 empresas) e de saúde humana e serviços sociais (44.294 empresas). Nesses últimos itens se destacam as atividades ambulatoriais executadas por médicos e odontólogos.

Com relação às empresas sobreviventes, 42,2% não tinham pessoal ocupado assalariado, 45,9% apresentavam 1 a 9 pessoas ocupadas assalariadas, e 12,0% tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas. As de maior porte, com 10 ou mais empregados, respondiam por 72,5% do pessoal ocupado total e 82,8% do pessoal assalariado.

Nas empresas ativas em 2019, os homens eram a maior parte da população ocupada e assalariada, 60,6%, contra 39,4% de mulheres. A participação feminina foi semelhante, nas empresas sobreviventes (39,3%), bem como nas que entraram (41,3%) e saíram (42,7%).

O Amapá (13,2%) tem a menor taxa de sobrevivência das empresas no período de 10 anos e Santa Catarina (30,6%), a maior.

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