Repatriação dos brasileiros que moravam em Wuhan completa um ano

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Em 09 de fevereiro do ano passado Anápolis abria as portas para receber os brasileiros que foram repatriados de Wuhan, na China. Eles cumpriram quarentena aqui na cidade

Por Priscila Marçal

Há exatamente um ano, em 09 de fevereiro de 2020, aterrissavam em Anápolis dois aviões que trouxeram os 34 brasileiros que moravam em Wuhan, na China, e pediram para serem repatriados aqui no Brasil. Foi na Ala 2, antiga Base Aérea, que os brasileiros, e outras 24 pessoas que participaram da missão de repatriamento (médicos e tripulação), cumpriram quarentena de 14 dias. Naquela época houve uma espécie de preocupação em massa entre os anapolinos: “e se eles trouxerem a Covid-19 para cá?”, perguntavam muitos.

Há um ano o mistério acerca da Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, era ainda maior do que é hoje. No Brasil nenhum caso ainda havia sido confirmado, mas o Ministério da Saúde investigava oito casos suspeitos. A Covid-19 ainda não havia virado pandemia (quando há surto de uma doença em nível mundial), era apenas uma epidemia (quando o surto de uma doença é concentrado em poucas regiões ou países). Na China a doença já havia vitimado 800 pessoas e contaminado outras 37 mil. Apesar dos números serem ainda muito menores do que são hoje a nível mundial, a doença já assustava muito.

Foi nesse cenário que Anápolis recebeu de braços abertos, e com muita simpatia, os brasileiros que, assustados num país estrangeiro e enfrentando uma epidemia ainda desconhecida, apelavam pelo repatriamento. Eles chegaram em solo anapolino às 6h de uma manhã chuvosa, depois de um voo que durou aproximadamente 26 horas em quatro escalas – Urumqi (China), Varsóvia (Polônia), Las Palmas (Espanha) e Fortaleza.

Durante toda a estadia em Anápolis, os repatriados estavam isolados em quartos preparados exclusivamente para esta finalidade. Eles receberam alimentação, entretenimento e cuidados médicos durante todo o período da quarentena, até receberem alta médica. Ao se despedirem para voltarem para suas cidades, foi realizado um evento com participação de militares da Força Aérea Brasileira (FAB) e políticos. Os repatriados demonstraram gratidão pela hospitalidade Anapolina e disseram que nunca se esquecerão do acolhimento tão necessário em tempos difíceis. Quando os repatriados foram embora, levaram com eles o anseio dos anapolinos de que o vírus poderia se espalhar por aqui.

O vírus não chegou com os brasileiros vindos da China. O primeiro caso foi confirmado em Anápolis foi no dia 16 de março, mais de um mês depois do episódio dos repatriados. Toda aquela preocupação com o contágio, que só deveria aumentar a cada novo caso confirmado, foi substituída pelo conformismo com as estatísticas. E os números continuam subindo.

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