Produção industrial fecha 2022 com queda de 0,7%

Primeiro dia de competições da Olimpíada do Conhecimento, regional São Paulo. Na foto: Max Wendel Morais Pereira , competidor na área de soldagem .
São Paulo (SP) 16.08.2007 - Foto: José Paulo Lacerda
Primeiro dia de competições da Olimpíada do Conhecimento, regional São Paulo. Na foto: Max Wendel Morais Pereira , competidor na área de soldagem . São Paulo (SP) 16.08.2007 - Foto: José Paulo Lacerda

Pesquisa Industrial Mensal mostra que houve variação nula em dezembro. Setor está abaixo do patamar pré-pandemia

DA REDAÇÃO

A produção industrial se manteve estável em dezembro de 2022, segundo  a Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria brasileira registrou variação nula no último mês do ano passado, após o índice de produção ter caído de 0,3%, em outubro, para -0,1% em novembro. 

De acordo com a pesquisa, o setor está 2,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia da Covid-19 e 18,5% abaixo do recorde da série histórica. No acumulado, a queda foi de 0,7% em 2022, um grande contraste com o ano anterior, que registrou alta de 3,9%. O gerente da PIM, André Macedo, explica que o ano passado começou bem para o setor, mas terminou com saldo negativo. 

“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no início do ano de 2022, uma vez que marcou resultados positivos por quatro meses  em sequência, nos últimos meses o total da indústria marca um comportamento de predominância negativa, já que nos últimos sete meses, em quatro oportunidades, observa-se queda na produção. Permanecendo, dessa forma,  longe de recuperar as perdas do passado recente”, afirma. 

A queda atingiu os setores de indústrias extrativas (-3,2%); produtos de metal (-9%); metalurgia (-5%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%); e produtos de borracha e de material plástico (-5,7%). No segmento de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis houve alta de 6,6%.

Ainda segundo o IBGE, no primeiro semestre do ano passado a indústria respondeu às medidas adotadas pelo governo, como a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas, liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), estímulos ao crédito, Auxílio Brasil e outros. Entretanto, ao longo do segundo semestre, a resposta do setor diminuiu e os resultados caíram. 

Entre os principais problemas enfrentados destacam-se as taxas de juros elevadas e a inflação, que registrou alta de 5,79% em 2022, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, o aumento das taxas de inadimplência e de endividamento também contribuíram para o resultado negativo. Para o conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Carlos Eduardo Oliveira, a indústria brasileira precisa voltar a crescer. O economista prevê uma melhoria da economia do país em todos os segmentos em 2023.

“A perspectiva para 2023 é de melhoria da nossa economia, de todos os segmentos. Seja ele agrícola, porque, esse ano, a princípio até por causa das chuvas não vai ter problema de entressafra. Todo o setor de serviço continua a se valorizar muito, o setor de comércio também e o setor de indústria está se reorganizando e tende a melhorias contínuas”, afirma. 

A indústria responde por 23,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega cerca de 10,3 milhões de trabalhadores, além de pagar os melhores salários. O setor também é responsável por 71,8% das exportações brasileiras de bens e serviços e por 34,4% da arrecadação de tributos federais, com exceção de receitas previdenciárias.  
 

Fonte: Brasil 61

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