Base aliada do governo faz substituições de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de votação de denúncia contra Temer.
Governo faz troca-troca na CCJ para emplacar aliados e defender Temer
A base aliada do governo Michel Temer está fazendo substituições de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para garantir que o relatório favorável ao prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente não seja aprovado.
No total, foram realizadas 17 remanejamentos no colegiado desde 26 de junho, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou acusação formal por corrupção contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). As movimentações envolveram 13 vagas, das quais 9 de titulares e 4 de suplentes.
Deputados de partidos da base que foram retirados da CCJ afirmam que houve compra de votos. “Soube através da imprensa que fui tirado. Me venderam. Fui vendido. Nojento isso. É barganha, é barganha. Sabe o que é barganha para se manter no governo?”, afirmou o deputado Delegado Waldir (PR-GO).
O deputado Major Olímpio (SD-SP) questionou a validade das mudanças e foi vaiado por integrantes da base aliada. “Quem está vaiando está recebendo carguinho para vaiar”, bradou.
A base aliada diz que as substituições estão sendo feitas a pedido dos próprios membros que não estão se sentindo confortáveis em votar contra a denúncia.
“Estamos fazendo a substituição a pedido dos próprios membros que não estão se sentindo confortáveis em votar contra a denúncia”, disse. “Não há uma instrução (do partido). Eles estão entrando porque se sentem confortáveis para votar contra a denúncia”, afirmou o líder do PR na Casa, José Rocha (BA).
“Isso é um sinal de que a base continua em marcha unida. Diferente daquilo que está sendo apregoado, a base está caminhando junto e no caminho de fazer aquilo que é necessário na avaliação de cada partido, de cada líder para consolidar esse momento dessa crise que nós estamos vivendo”, afirmou o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ao ser questionado se as trocas da comissão seriam um sinal de força ou de fraqueza do governo.