Ministro de Minas e Energia diz que o país vai passar por escassez hídrica em segurança

Bento Albuquerque participou de fórum sobre energia no Ceará e explicou as diferenças entre situação de 2001 e a realidade atual

DA REDAÇÃO

A situação do Brasil em 2021 é completamente diferente do que o país passou em 2001, quando os brasileiros tiveram que reduzir o consumo de energia devido à falta de chuva. A avaliação é do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que participou do fórum Proenergia 2021, em Fortaleza, na manhã desta quarta-feira (6). Segundo o ministro, há 20 anos o Brasil tinha apenas quatro fontes de energia e hoje são nove. Nesse período, a capacidade instalada mais do que dobrou e a dependência da matriz hidráulica saiu de 85% para 61%. “Só neste ano nós aumentamos a expansão de geração em cerca de 13% e a de transmissão, 15%”, ressaltou.

Bento Albuquerque disse que o país está passando pela escassez hídrica de forma planejada e segura. “Ontem tivemos a reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e nós constatamos que estamos passando por esse período de escassez hídrica com total governança e vamos chegar ao fim do ano com total governança, fruto das medidas que adotamos desde outubro do ano passado”, destacou.

Linhas de transmissão

Outra diferença da atual situação em comparação com 2001, na visão do ministro, está na capacidade de intercâmbio de energia entre as diversas regiões do país. Na época, o país tinha 70 mil quilômetros de linha de transmissão, agora são 164,8 mil quilômetros, um aumento de 135%. “Uma das medidas que nós adotamos já desde o final do ano passado foi procurar antecipar todos os empreendimentos passíveis de geração e transmissão. Mês passado inaugurei em Janaúba, em Minas Gerais, uma linha de transmissão de cerca de 750 quilômetros que foi antecipada em seis meses e que tem a capacidade de transportar 1300 megawatts do Nordeste para o Sudeste”, enfatizou.

Geração distribuída

O ministro lembrou que nos últimos anos, a geração distribuída, que é a energia produzida próximo ou nos pontos de consumo, como a solar e a eólica, cresceu 2000% no país. Hoje esse tipo de geração é responsável por produzir 186 gigawatts de energia e deve chegar a 236 gigawatts até 2030, um aumento de 27%. Até lá, 25% da matriz energética brasileira será de fontes eólicas (vento), fotovoltaicas (solar) e 49% hidráulica. “É essa complementaridade que ao longo do tempo vai prover a segurança energética que o país necessita para o seu desenvolvimento socioeconômico, como também para que nós tenhamos energia a custos mais baixos”, disse o ministro. O planejamento é de que o país invista R$ 2,7 trilhões no setor nos próximos oito anos.

Bento Albuquerque destacou ainda a retomada da mineração de urânio, usado na produção de energia nuclear, que estava paralisada desde 2013 e dos próximos leilões de petróleo e gás.

Proenergia

O Proenergia 2021 é realizado anualmente pelo Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O evento, que vai de 6 a 8 de outubro, conta com palestras técnicas e comerciais, exposição de cases, painéis de debates, rodadas de negócios, exposição comercial e momentos para networking.

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