Por Wanessa Lopes
De acordo com o último balanço realizado pelo disque 100 (Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), em 2019 o número de casos registrados foi de 42.585 denúncias. Dessas 80,15% foram de abuso sexual e 14,85% de exploração sexual entre crianças e adolescentes. O balanço também registrou 12,10% para pornografia infantil.
Em 2018 foram 152.178 tipos de violações registrados. Destes, 22,40% são referentes a violência sexual. Ainda de acordo com o balanço, os números mostram que 48,16% são do sexo feminino, 40,24% masculino e 11,60% não informados. Em relação a faixa etária, 0 a 3 anos (17,84%), 4 a 7 anos (21,48%), 8 a 11 anos (20,10%), 12 a 14 anos (17,44%), 15 a 17 anos (11,93%), nascituro (0,24%), recém-nascido (0,83%), não informado (11,93%).
Quem são os agressores?
Segundo dados do disque 100, mais de 70% dos casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são praticados por pais, mães, padrastos, parentes ou pessoas de confiança da vítima. 70% dos casos são praticados na casa da vítima.
Quais cuidados tomar e quais detalhes observar?
Para a Diretora Márcia Jacinta Silva Sousa, da Proteção Social Especial em Anápolis, estar atentos ao comportamento da criança é importante, pois na maioria das vezes, os sinais virão através da mudança de comportamento.
Segundo ela, uma criança que antes brincava e sorria com facilidade, mas agora tem medo até para dormir em seu próprio quarto sozinha, é digna de uma atenção mais detalhada, pois sinais como este é indício de que algo de errado está acontecendo.
Na maioria dos casos, as vítimas de abuso e exploração sexual costumam se abrir para os professores na escola, mas com a ordem de isolamento, o número de denúncias tem sido mais restrito em relação ao ano passado, já que agora a vítima convive o tempo todo com seu agressor, o que impossibilita o acesso a alguém que possa realizar a denúncia formalmente.
Vale lembrar que para as situações onde a mãe sabe das agressões, porém não denuncia, ela pode ser indiciada por ser cúmplice do crime.
A diretora ainda pede para que as mães tenham muita atenção na hora de ensinar educação sexual aos filhos. Ela ressalta que a educação sexual não consiste apenas em falar sobre sexo, mas sim em explicar e orientar as crianças sobre como é o seu corpo, onde pode e não pode ser tocado. Com isso elas terão o entendimento que não é qualquer pessoa que poderá tocá-las em qualquer lugar de seu corpo. Para Márcia Jacinta, uma boa conversa com os filhos já ajuda .
Em Anápolis as denúncias podem ser feitas através dos seguintes canais de contato:
CREAS
0800 646 1114
Conselho Tutelar
0800 646 1117
Ou pelo canal nacional de denúncias
Disque 100 É importante ressaltar que as denúncias são anônimas e a pessoa que ligar tem sua identidade restringida por lei.
Confira a entrevista na íntegra:
Dados obtidos no site do Governo Federal: