Lançamento de imóveis sofre queda de 44% no 1º trimestre

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Centro-Oeste teve baixa de -42,4% nos lançamentos. A região que verificou a menor queda foi a do Nordeste, com -39,7

DA REDAÇÃO

O mercado imobiliário desacelerou e os lançamentos sofreram queda de 44% no primeiro trimestre de 2023 comparada ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) e fazem parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 1º trimestre de 2023, feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. No entanto, apesar da queda significativa, o setor não está com falta de demanda, nem de estoque, de acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Para ele, o mercado imobiliário está saudável e equilibrado, o que existe é falta de confiança do empresário do setor. O levantamento O primeiro trimestre de 2023 demonstrou uma desaceleração do mercado imobiliário, que registrou queda nos lançamentos, vendas, oferta final e no programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo com a CBIC, a insegurança dos incorporadores em investimentos privados é consequência de fatores como a alta taxa de juros, a escassez e o encarecimento de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e empréstimo (SBPE) para o financiamento, da necessidade de revisão dos tetos para contratação com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da adequação da curva de subsídios. A queda no número de lançamentos reflete diretamente no número de contratações futuras, segundo a entidade. “Precisamos ter atenção a partir dessa queda porque o movimento seguinte pode ser o menor número de vendas e, consequentemente, uma menor geração de empregos”, disse Martins. Lançamentos O número de lançamentos registrados no quarto trimestre de 2022 foi de 87.315 novas unidades, enquanto o primeiro trimestre de 2023 registrou 48.554, apontando queda de 44,4%. O presidente da Comissão de Indústria Imobiliária, Celso Petrucci, destacou que não havia uma queda assim há sete anos. “Quando consolidamos os números, ficamos assustados com a redução dos lançamentos. Nós não lançávamos esse número tão baixo de unidades desde do 2˚ trimestre de 2016, então essa redução de 44,4% nos chamou muita atenção”, destacou Petrucci. Todas as regiões apresentaram queda nos lançamentos. A maior variação registrada no 1º trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior foi percebida na Região Norte, com decréscimo de -86,9%. Seguida da Região Sudeste (- 44,9%) e Centro-Oeste (-42,4%). A região que apresentou menor queda foi o Nordeste (-39,7%), com 9.667 unidades lançadas. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a queda permaneceu acentuada (- 30,2%), apontou o estudo. Para Petrucci, essa queda mostra uma insegurança dos incorporadores em colocar novos produtos no mercado. “Nós não temos problema de demanda, o problema maior que a gente vê hoje no mercado é de confiança na economia e no custo alto de juros”, explicou o presidente da CII. Caso esse movimento de queda continue nos próximos trimestres, isso irá gerar uma preocupação no mercado imobiliário, afirmou Petrucci. Para ele, poderá faltar unidade para ser vendida no País e, consequentemente, o aumento de preço. Vendas No comparativo de unidades vendidas entre o primeiro trimestre deste ano e o último de 2022, a queda foi de -5,2%, enquanto se comparado com o mesmo período de 2022, o registro foi de -9,2%. Segundo o levantamento, apenas duas regiões do País apresentaram crescimento nas vendas em relação ao período anterior. O Norte apontou crescimento de 17,5% e o Nordeste (1,2%). A maior queda nas vendas entre o primeiro e o quarto trimestre foi apontada pelo Centro-Oeste (-14,4%). Oferta final A oferta final, segundo o estudo, também apontou queda. O primeiro trimestre registrou 273.331 unidades disponíveis, enquanto no quarto, o número de unidades chegou a 297.770, apontando queda de -8,2%. Considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, se não houver novos lançamentos, o estoque se esgotaria em 10,8 meses. Intenção de compra O CEO da Brain, Fabio Tadeu, ainda apresentou dados sobre a intenção de compra do consumidor, com base em pesquisa aplicada em 31 cidades do País. “Depois de dois anos em queda, chegamos num patamar de base da intenção de compra de imóveis, passamos de 31% em novembro do ano passado para 35% em março deste ano”, mostrou Fábio. Segundo a pesquisa, 30%das famílias pretendem fechar negócio em até um ano e 9%, em até seis meses. “A principal motivação dessas pessoas é sair do aluguel e adquirir o primeiro imóvel”,

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