Durante a campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio, plano de assistência reforça importância do tratamento de doenças mentais
DA REDAÇÃO
Todos os anos são registrados cerca de 13 mil suicídios no Brasil e mais de um milhão em todo o mundo. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), 96,8% desses casos estão associados com histórico de doenças mentais, que podem ser tratadas.
Sabendo disso, o Governo de Goiás, por meio do Instituto de Assistência aos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) inaugurou, em janeiro de 2021, uma unidade do Ipasgo Clínicas especializada em saúde mental com foco em atendimentos de baixa, média e alta complexidade. O presidente do plano de assistência, Hélio José Lopes, entende que, mais do que nunca, o suicídio é uma questão de saúde pública. “Sabemos que notícias negativas, restrições sociais, desemprego e, principalmente, perda de pessoas próximas por conta da Covid-19 interferem diretamente na saúde mental de grande parte das pessoas. Por isso, por mais que o assunto seja delicado, precisamos falar sobre o tratamento da depressão, da ansiedade e do combate ao suicídio”, reforça.
Para Hélio, apenas com o engajamento de toda sociedade é possível mudar este cenário. “Se profissionais de saúde, amigos, colegas de trabalho e familiares souberem identificar os fatores de risco, conseguiremos evitar muitas perdas”, acredita. “Foi então que criamos um espaço que atua de forma preventiva focado no tratamento de doenças mentais”, acrescenta.
A unidade, inaugurada pelo governador Ronaldo Caiado, já se tornou referência na Capital. O local funciona das 7h às 19h, na Avenida Minas Gerais, Quadra 89, Lote 08, no Setor Campinas, e conta com 50 profissionais da área de psiquiatria e psicologia. Lá, a equipe é preparada para tratar e detectar fatores de risco para o suicídio, sendo alguns deles:
– Transtornos mentais: depressão, transtorno bipolar, transtornos relacionados ao uso de drogas lícitas ou ilícitas (álcool, maconha, crack e cocaína, por exemplo), esquizofrenia e transtorno de personalidade fazem parte do grupo de risco.
– Histórico: indivíduos que já tentaram suicídio têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar novamente.
– Comentários: atenção a expressões como “eu desejaria não ter nascido”, “caso não nos encontremos de novo” ou “eu preferia estar morto”.
– Estresse recente: separação conjugal, perda de uma pessoa próxima, prejuízo econômico ou social (como falência e perda de emprego) muitas vezes estão associados a pesamentos suicidas.
– Organizar detalhes e fazer despedidas: mensagens de despedida (bilhetes ou mensagens em redes sociais), testamento, doação de posses importantes e acúmulo de comprimidos, são alguns exemplos.
– Meios acessíveis: acesso à arma de fogo, locais elevados e medicação em grande quantidade aumentam as chances de uma tentativa efetiva.
– Impulsividade: por mais planejado que tenha sido, muitas vezes parte de um ato motivado por eventos negativos, como abuso de substâncias.
– Eventos na infância e na adolescência: maus tratos, abuso físico, psicológico ou sexual.
– Motivos aparentes ou ocultos: algumas pessoas com ideações suicidas podem considerar a morte como um meio de “acabar com a dor”, “meio de sair do sentimento momentâneo de infelicidade”, “encontrar descanso” ou “final mais rápido para os seus sofrimentos”.
– Doenças: doenças crônicas, incluindo neoplasias em fase terminal.
Centro de Valorização da Vida
Quem precisa de apoio pode, também, contar ainda com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece suporte emocional 24h com o foco na prevenção ao suicídio. O atendimento é feito, de forma gratuita e sigilosa, a todas as pessoas que precisam conversar, basta entrar em contato com uma equipe pelo telefone 188.
Serviço:
Ipasgo Clínicas especializado em saúde mental
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.
Contato: 0800 62 1919 ou (62) 3233-6449 / 6459 / 6496
Endereço: Avenida Minas Gerais, Quadra 89, Lote 08, S/N, no Setor Campinas, em Goiânia.