Esta é mais uma consequência da pandemia causada pelo novo Coronavírus
Por Priscila Marçal
Há alguns meses, empresas em todo o país foram assombradas pela ameaça de terem que fechar para evitar o contágio da Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus. Agora, ainda se recuperando do impacto financeiro da paralisação de muitos segmentos, uma nova ameaça paira sobre a indústria, faltam materiais essenciais para a fabricação e escoamento da produção.
A indústria anapolina já está amargando esses prejuízos. Por aqui faltam, principalmente, plástico e papelão para embalar a produção e despachar para entrega. De acordo com o empresário Amaury Esberard, que tem uma empresa de fármacos no Distrito Agroindustrial de Anápolis, a falta de insumos já é realidade na cidade e os empresários não tem alternativas, “algumas empresas podem ter que parar sua produção por falta de materiais essenciais para a fabricação de seus produtos ou para o escoamento deles”, explicou.
Para o empresário, quando determinou-se o funcionamento, apenas, das indústrias consideradas “essenciais” para a sociedade, como as do ramo farmacêutico, por exemplo, ignorou-se a cadeia produtiva. “A indústria farmacêutica precisa de caixas de papelão para embalar a produção e distribuir para a comercialização. Mas empresa que fabrica o papelão não era considerada essencial durante a quarentena, teve que paralisar as atividades e muitas delas fecharam por esse motivo”, explicou. Esberard disse, ainda, que quem tem sido mais afetado com isso são as indústrias que precisam desses produtos. “Estamos pagando até 30% mais caro pelo papelão, mas não podemos repassar esse custo para o cliente, ninguém aguenta mais aumento de preços”, disse. Além disso, o prazo para a entrega de embalagens e rótulos, que antes era de uma semana, agora aumentou para um mês.
Apesar do cenário atual, o empresário demonstrou otimismo com o futuro próximo. “A indústria anapolina é forte, não acredito que vamos ter novas perdas de emprego por falta de embalagens. A retomada da economia já aconteceu, assim como a retomada dos empregos. Esse problema deve durar por mais três meses e depois será normalizado”, analisou.
Montadoras de veículos
Segundo a ANFAVEA, a Associação Nacional de Fabricante de Veículos Automotores, o risco de paralisação da montagem de veículos no Brasil por falta de insumos é imediato. Ainda em dezembro a indústria automobilística pode parar devido à falta, principalmente, de aço. Há ainda escassez de pneus e de termoplásticos. Atualmente, há 119 mil e 400 veículos nos pátios de montadoras e de concessionárias do país, a quantidade atende à demanda por apenas 16 dias de venda.