São em média 160 focos de incêndio
por dia, 98% deles provocados por ação humana
DA REDAÇÃO
O governador Ronaldo Caiado prometeu empenho na identificação e rigor na punição dos responsáveis pelas queimadas que assolam Goiás, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (20/9).
“Aqueles que acham que em Goiás podem praticar o crime e ficarão impunes estão enganados. Não vamos poupar qualquer esforço no sentido de mostrar que em Goiás não terá impunidade. Estamos com toda a inteligência da Polícia Civil e as ações da Polícia Militar para identificarmos os responsáveis, que serão enquadrados na Lei de Segurança Nacional”, garantiu Caiado.
Segundo o governador, a média é de quase 160 focos denunciados por dia e o que chama a atenção das autoridades é que são vários focos simultâneos, indício de que as práticas são criminosas. “Lógico que muitos deles são provocados por algum acidente, mas nas últimas horas temos identificado diversos incêndios criminosos”, afirmou o governador, instantes depois de ser informado da prisão de um suspeito em Bela Vista.
“Amanhã (sábado), tanto eu quanto o secretário de Segurança Pública, o delegado-geral e o coronel Matheus estaremos nos deslocando para Santa Helena, onde também há a suspeita de incêndios criminosos, e vamos trabalhar duramente para combater o fogo”, comentou Caiado.
Caiado frisou que esta é a onda de calor mais forte que Goiás enfrentou nos últimos 20 anos, com temperaturas atingindo 40 graus, chegando a ultrapassar essa marca em algumas regiões do Estado. “É inadmissível que pessoas ainda tenham essa prática. O indivíduo que se propõe a colocar fogo numa mata, numa pastagem, num momento em que o Estado está há mais de 120 dias sem uma chuva e com uma onda de calor tão forte, é lógico que esse cidadão tem um único objetivo: praticar um crime e esse crime tem várias consequências. Não é só o patrimônio que é destruído. São vidas de animais, de pessoas e isso tem causado uma reação muito forte da sociedade.”
Em 98% dos casos, os incêndios são provocados. Este é o caso da queimada que consumiu mais de mil hectares dos Parques Estaduais Altamiro de Moura Pacheco e João Leite desde a última quinta-feira (12/09) e envolveu 80 brigadistas do Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás (CBMGO) e de voluntários. A seca prolongada que assola o Estado faz com que o Governo de Goiás mantenha nível de alerta máximo contra queimadas. Equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Corpo de Bombeiros e brigadistas voluntários trabalham de forma incansável para combater os focos de incêndio que surgem nesta época do ano.
Equipes em alerta máximo
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, afirmou nesta sexta-feira (20/09), que todas as equipes de prevenção e de combate a incêndios do Estado estão de prontidão até o retorno das chuvas, previsto para a segunda metade da semana que vem.
Segundo Vulcanis, apesar dos esforços do Governo de Goiás, “tivemos mais de 12 mil hectares queimados, somente nas reservas estaduais, oito parques pegaram fogo, sem contar o Parque Nacional das Emas, que teve mais 6 mil hectares incendiados”. Segundo ela, “fizemos todas as ações preventivas, só no João Leite e Altamiro de Moura Pacheco foram 35 quilômetros de aceiros, com apoio dos bombeiros e da Secretaria de Agricultura, que nos forneceu maquinário”.
Levantamentos mostram que mais de 90% dos focos de incêndio têm início pelas mãos do homem, intencionalmente ou não. A secretária alerta para que as pessoas evitem qualquer tipo de fogo até que o clima volte às condições normais, na primavera.
“O fato é que, dada essa grande seca, os focos de calor, umidade baixa, os aceiros e outras medidas preventivas não são suficientes para segurar o fogo”, diz a secretária. “Por isso, alertamos para que sempre haja muito cuidado e atenção nos detalhes me ”, pondera.
Entre as recomendações da titular da Semad está evitar qualquer ignição em áreas abertas, “pois fatalmente haverá grandes danos ao meio ambiente, à qualidade do ar, às faunas silvestre e doméstica, e também o patrimônio ambiental, além do privado”. Ela conclui ao observar que “é importante que haja cuidado extremo até que o período de chuvas retorne”.
Fonte: www.goias.gov.br