IBGE: 72,4% dos brasileiros tiveram alguma dificuldade para pagar suas despesas mensais

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As informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 – Perfil das Despesas

DA REDAÇÃO

Cerca de 72,4% dos brasileiros viviam em famílias com alguma dificuldade para pagar suas despesas mensais, sendo 44,4% da população também integrantes de famílias com a pessoa de referência de cor preta e parda e 27,0% membros de famílias com a pessoa de referência branca.

No Brasil, 83,3% da população viviam em famílias em que algum integrante tinha acesso aos principais serviços financeiros: os percentuais foram de 66,2% para a conta corrente, de 49,9% para cartão de crédito, 55,9% para caderneta de poupança e 19,5% para o cheque especial.

Essas são informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 – Perfil das Despesas, que aborda nesta edição o acesso da população a serviços financeiros, as despesas monetárias e não monetárias com alimentação, transporte e lazer, além de informações sobre como as famílias avaliam suas condições de vida.

A proporção da população vivendo em famílias em que nenhum dos componentes tinha ao menos um desses serviços bancários era de 16,7%, sendo 11,7% integrantes de famílias com pessoas de referência pretas ou pardas e 4,8% de famílias com pessoa de referência branca.

A despesa per capita mensal com os serviços financeiros selecionados, no País, era de R$ 124,79. Os pagamentos de empréstimos, parcelamento de imóvel, automóvel e moto ocupavam até 76,5% (R$ 95,51) dessas despesas. A contribuição das famílias cuja pessoa de referência era branca nas despesas per capita com serviços financeiros (R$ 73,62) foi bem maior do que nas famílias com pessoa de referência preta ou parda (R$ 48,91).

No Brasil, 46,2% (95,6 milhões de pessoas) dos brasileiros pertenciam a famílias que atrasaram o pagamento de ao menos uma conta mensal fixa, por motivo de dificuldade financeira. As contas de água, eletricidade ou gás tiveram um maior percentual associado à concentração de população que vivia em famílias com pagamento em atraso (37,5%), contra 26,6% para prestações de bens e serviços e 7,8% para aluguel ou prestação do imóvel.

Entre os 41,0% da população que residiam em domicílios com insegurança alimentar, 28,4% eram integrantes de famílias com a pessoa de referência preta ou parda e 12,1% de famílias cujo responsável era branco.

A despesa média per capita das famílias com transporte foi de R$ 85,44, sendo 71,2% a participação do transporte particular, táxi e aplicativos e 20,6% a dos coletivos. Nas famílias com pessoa de referência preta ou parda, a contribuição para despesa per capita do País com o transporte coletivo (R$ 10,30) foi maior do que a contribuição das famílias chefiadas por pessoa branca (R$ 7,01).

46,2% da população viviam em famílias que reportaram ter atrasado alguma conta

A POF também investigou se a família passou por dificuldades financeiras no período de referência e, por consequência, precisou atrasar o pagamento de alguma conta como aluguel ou prestação do imóvel, água, luz ou gás etc. Cerca de 46,2% (95,6 milhões de pessoas) dos brasileiros integravam famílias que atrasaram ao menos uma das contas pesquisadas.

Famílias que reportaram atrasos em contas do tipo água, eletricidade ou gás concentravam 37,5% da população, para o caso de atrasos com prestações de bens e serviços 26,6% da população e, com menor frequência, os atrasos com a aluguel ou prestação do imóvel, com 7,8% da população do País.

Entre os 46,2% da população que integravam famílias com contas em atraso, 26,0% da população também eram de famílias em que a pessoa de referência tinha até o ensino fundamental completo e apenas 3,8% da população também pertenciam a famílias cuja pessoa de referência tinha o nível superior completo.

14,1% da população viviam em famílias com muita dificuldade nas despesas mensais

A POF perguntou a opinião dos entrevistados sobre a facilidade ou dificuldade de sua família para arcar com as despesas mensais, dado o atual rendimento familiar que tinham. No Brasil, 14,1% das pessoas viviam em famílias com muita dificuldade, 58,3% com dificuldade, 26,5% com facilidade e 1,1% com muita facilidade para a renda chegar até o final do mês. Ou seja, 72,4% da população viviam em famílias com algum grau de dificuldade para arcar com suas despesas mensais.

Os integrantes de famílias com pessoa de referência preta ou parda informaram maior dificuldade para arcar com suas despesas mensais: 9,7% da população do País viviam nestas famílias que reportaram ter muita dificuldade e 34,7% que naquelas que reportaram ter dificuldade, totalizando 44,4% com algum grau de dificuldade.

Entre os integrantes de famílias com pessoa de referência branca, 4,2% da população do País viviam nestas famílias que tinham muita dificuldade e 22,8% em famílias que tinham dificuldade, totalizando 27,0% da população brasileira que vivia com algum grau de dificuldade e em famílias cuja pessoa de referência era da cor branca.

Média de gastos mensais com alimentação é de R$ 209,12 por pessoa

No Brasil, a despesa per capita com alimentação era de R$ 209,12 por mês, sendo que a parte monetária correspondia a R$ 183,03 (87,5%) e a não monetária a R$ 26,10 (12,5%). A média de gastos por pessoa com a alimentação dentro do domicílio foi de R$ 147,45 (70,5%) e fora do domicílio foi de R$ 61,68 (29,5%).

As famílias cuja pessoa de referência era homem contribuíam com 62,3% (R$ 130,18) para a despesa total com alimentação, enquanto as famílias em que a pessoa de referência era mulher contribuíram com 37,7% (R$ 78,94). Já a contribuição das famílias com pessoa de referência branca foi de 50,6% (R$ 105,89) e a das famílias com pessoa de referência preta ou parda foi de 47,6% (R$ 99,45).

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