Dívidas na Saúde estadual preocupam novo secretário

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O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, concedeu entrevista na última quinta-feira, dia 03, para a Rádio 820 e comentou sobre a dívida de R$ 720 milhões que a antiga gestão estadual deixou na Saúde. Na visão do novo gestor, o valor é significativo e compromete as futuras ações da pasta. “O rombo é maior do que imaginávamos, e até agora é o que foi apurado. Espero não ter mais surpresas com relação a acréscimos nesse valor”, disse. Mesmo com a dívida, o secretário reafirmou o compromisso de fazer uma gestão moderna e transparente para qualificar a saúde pública do Estado.

Segundo levantamento da secretaria, para as OSs o débito é de cerca de R$ 328 milhões. Além de quase R$ 97 milhões para fornecedores de medicamentos. “Temos também uma dívida de contrapartida para os municípios na ordem de R$ 152 milhões, são 13 meses sem repasses, e uma parcela também de contratos abertos com os filantrópicos, em torno de R$ 30 milhões”. Além disso, há uma dívida do Plano de Fortalecimento, de quase R$ 50 milhões, e algumas obras paralisadas, com restos a pagar de quase R$ 20 milhões, sendo que, de 2014 a 2017, também há dívidas de aproximadamente R$ 93 milhões. Ao todo, já contanto com outros débitos, soma-se quase R$ 720 milhões.

Questionado se consegue pagar os valores pendentes antes do final do mandato, Alexandrino disse que tomará medidas extremamente austeras, com revisão de contratos, tanto em relação aos valores como em relação às necessidades desses contratos vigentes.Vai ainda diminuir o quadro de pessoal para deixar a administração mais enxuta. Na visão do gestor, cada valor será importante. “Esses números são absurdamente expressivos e se não tivermos medidas para cortar os centavos, certamente não conseguiremos liquidá-los”, ressaltou. O secretário também enalteceu que muitas vezes as empresas não esperam, necessariamente, o pagamento em si, mas o fluxo contínuo de repasses, por isso haverá um diálogo aberto com os prestadores.

Sobre a situação do Hospital Materno Infantil, a unidade que estava com atendimento parcialmente prejudicado, Alexandrino confirmou que teve reunião com diretores da Organização Sociais que administram o Hospital, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), e foi alinhado que o serviço será mantido. A dívida global com a OS é de aproximadamente R$ 60 milhões e foi elencada a necessidade de um pagamento mínimo para esses hospitais continuarem atendendo.

Na entrevista, Alexandrino falou também sobre as obras que estão em andamento. Em Santo Antônio do Descoberto, o hospital está em construção há mais de uma década. A verba é federal, proveniente de um convênio, que não impacta no ponto de vista de construção, nos cofres do estado. No entanto, tal convênio expirou e será necessário intervir junto à esfera federal. “O impacto virá depois de pronto, para o funcionamento, em relação aos custeios. Nesses outros hospitais mencionados pelo governador, a ideia é que não utilizemos verbas do estado também. Certamente precisaremos pleitear verbas federais e emendas parlamentares”, concluiu.

Com informações da Secretaria da Saúde do Estado de Goiás

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