Crise hídrica em Anápolis deve piorar nas próximas duas semanas

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Saneago alerta para a economia no consumo de água para que o sistema não entre em colapso

Por Priscila Marçal

O cenário hídrico em Anápolis já é ruim, mas vai piorar. Devido ao baixo nível de água no Ribeirão Piancó, em Anápolis, foi necessário acionar o sistema reserva de captação de água, que fica no Ribeirão Capivari. Desde o último domingo (12), a bomba de emergência está reforçando a captação em 150 litros de água por segundo. Mesmo com este reforço é possível haver desabastecimentos nos próximos dias.

Na contramão da baixa na oferta de água em Anápolis, aumentou o consumo. Uma combinação perigosa. O consumo médio na cidade, em dias comuns, é de 75 milhões de metros cúbicos diários, mas no último sábado (11) a cidade chegou a utilizar 86 milhões de metros cúbicos, um aumento de 12,79% no uso da água. Segundo a Saneago, este foi o pico de consumo do ano no município.

Ainda segundo a Saneago, a seca castigou tanto o Ribeirão Piancó, que, agora, o manancial não consegue produzir mais que 30% da demanda de água da cidade.

Imagem feita ontem (14) no Ribeirão Piancó, retrata a baixa oferta de água bruta: pouca água e muitos bancos de areia

Para piorar, desabastecimentos de energia prejudicam ainda mais o abastecimento. No último sábado, justamente no horário de pico do consumo, das quatro bombas do Piancó 1, apenas duas funcionavam devido a quedas no fornecimento de energia.

A situação preocupante. E, como não tem previsão de chuva para os próximos dias, a orientação é economizar água para Anápolis não entrar em sistema de racionamento.

Como funciona o Sistema Capivari

O Sistema Piancó tem quatro bombas de captação de água, mas quando o nível no Córrego está baixo, é necessário acionar o que a Saneago chama de Piancó 2, que na verdade é o Ribeirão Capivari, situado na cidade de Abadiânia. São 130 litros por segundo a mais captados no Capivari, que percorrem 6km de dutos até chegar ao Piancó 1.

Anápolis precisa de 1.210 litros por segundo de água bruta na Estação de Tratamento (ETA), onde a água é tratada para ser distribuída aos 396.526 habitantes. Para isso, a água é retirada de diversas fontes, principalmente do Piancó (de onde vem 1.000 litros), o Sistema Daia (que retira água do Ribeirão Caldas e abastece a parte Sul da cidade) reforça o abastecimento em 130 litros por segundo e os poços artesianos e semi-artesianos em operação acrescentam mais 80 litros por segundo.

Bomba do Capivari, acionada neste domingo (12) para aumentar a oferta de água bruta para a ETA de Anápolis

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