Conteúdos sobre empreendedorismo, finanças, marketing e autoconhecimento estão nas listas dos mais vendidos e movimentam editoras especializadas no ramo
DA REDAÇÃO
O ano de 2021 tem surpreendido com boas notícias para o mercado livreiro. Neste primeiro semestre, mais de 28 milhões de livros foram vendidos no Brasil, um salto de 48,5% em relação aos 18,9 milhões de exemplares vendidos no mesmo período de 2020. Em termos de valor, o faturamento alcançou R$ 1,19 bilhão, cerca de 39,9% a mais que os R$ 846,2 milhões apurados no acumulado até julho do ano passado. Os dados são do Painel do Varejo de Livros no Brasil, em pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), em parceria com a Nielsen BookScan, maior agência de monitoramento de vendas de livros do mundo.
Com esse crescimento, o mercado editorial já mira sua retomada econômica, principalmente com a força das vendas online. Segundo a Bookwire Brasil, distribuidora de livros digitais, a pandemia acelerou a adesão dos brasileiros aos e-books. De março a maio de 2020, houve um aumento de 154% no consumo de livros digitais de não ficção e, de junho a agosto, 227% de aumento das vendas de e-books infantis e juvenis.
Muito dessa alta se deu pela necessidade das pessoas em buscar conhecimento para evolução pessoal e na carreira, a partir de conteúdos sobre empreendedorismo, finanças, marketing e autoconhecimento. O Brasil passa por um dos maiores índices de desemprego da história – 14,7% no primeiro trimestre de 2021 -, e esse cenário fez com que muitas pessoas buscassem empreender para sobreviver.
“Muitas pessoas se tornaram empreendedoras por necessidade, porque perderam suas fontes de renda, mas não têm uma preparação adequada para gerir um negócio. E elas vão precisar consumir muitos conteúdos especializados para se capacitar. É nesse contexto que muitas empresas do ramo educacional e editorial devem se focar”, afirma Fábio Heinzen Fonseca, diretor da Ideal Books, editora especializada em obras voltadas a negócios e resultados, principalmente para novos empreendedores.
A leitura é um hábito que pode influenciar positivamente na carreira profissional das pessoas, como explica o empresário José Paulo Pereira Silva. “Sem dúvida, ler é um hábito que transforma as pessoas. Sejam físicos ou digitais, os livros são uma das melhores formas de se preparar para o mercado de trabalho e para empreender. Muitos dos livros que li ao longo da carreira me ajudaram a me tornar o empresário que sou hoje, e isso me levou a querer ensinar isso às pessoas”, conta José Paulo, autor do livro “Lições para você construir negócios exponenciais” e fundador do Grupo Ideal Trends, do qual a Ideal Books faz parte.
Há uma tendência forte no mercado editorial em produzir títulos com temas para empreendedores, investidores e jovens que se interessam por negócios. Segundo levantamento da Nielsen, a busca pela resposta da pergunta “como ficar rico?” impulsionou as obras mais vendidas de 2020. A procura pelo sucesso financeiro também guia “Os segredos da mente milionária”, de T. Harv Eker, 6º mais vendido em 2020, “O homem mais rico da Babilônia”, de George S. Clason, 8º lugar da lista, e “Pai rico, pai pobre”, de Robert Kiyosaki, em 13º lugar.
A razão por trás do sucesso desses conteúdos, segundo José Paulo, é explicada pelo comportamento de empresários de sucesso, que utilizam como recurso o estudo aplicado. “Ler sobre o mercado no qual deseja investir e analisar o que outros já fizeram é uma forma inteligente de construir seu próprio conhecimento para os negócios. Não adianta tentar reinventar a roda. Para ter sucesso nos negócios é preciso estudar o que outros já fizeram e remodelar. Livros de economia, marketing, administração e que contam cases de sucesso ajudam novos empreendedores a tirarem seus projetos do papel com menos chance de errar”, analisa José Paulo.
Fonte: Agência Dino