Covid 19: apesar do aumento da cobertura vacinal, Brasil segue com taxa de transmissão elevada

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Levantamento da Fiocruz mostra cenário do isolamento social no país e situação da ocupação de leitos no DF

DA REDAÇÃO

O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz destaca a relevância de medidas preventivas no bloqueio da doença. Segundo o levantamento, divulgado nessa quinta-feira (7), o Brasil vem tendo uma queda sucessiva no número de casos e mortes, além de uma paralisação na alta da taxa de ocupação de leitos de UTI usados para pacientes adultos com Covid.
 
A análise mostra ainda que essa diminuição é resultado do aumento da cobertura vacinal em toda a população. No entanto, apesar de mais pessoas vacinadas, o país não está conseguindo manter um bom nível de medidas preventivas para bloquear a circulação do vírus, de acordo com a análise da Fiocruz.
 
O pesquisador Raphael Guimarães, do Observatório Fiocruz Covid-19, diz que as pessoas estão relaxando no isolamento e que a pandemia ainda não está sob controle. “Apesar da queda [de óbitos], estamos tendo um nível de detecção relativamente alto de transmissão. Isso significa dizer que as medidas preventivas estão cursando bem em alguns aspectos, mas ainda não estamos a ponto de dizer que está tudo controlado. Apesar da vacina, as pessoas estão relaxando nas medidas de proteção e isso é preocupante. Para garantir que a transmissão fique em um nível não preocupante, é preciso que tenhamos um bloqueio da circulação do vírus e só vamos conseguir isso elevando ainda mais a vacinação e se protegendo adequadamente”, explica.
 
O Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero, o que significa que não há diferença na intensidade de circulação de pessoas nas ruas em comparação ao que era observado antes da pandemia. Sobre a transmissão, o boletim leva em consideração a população que está sob risco de contrair vírus respiratórios.
 
O cálculo é feito por unidade da federação para, dessa forma, classificar o risco de transmissão comunitária dessas enfermidades. Os pesquisadores dispõem de cinco classificações de risco: pré-epidêmica, epidêmica, alta, muito alta e extremamente alta, como mostra o mapa a seguir:
 

Ocupação de Leitos de UTI Covid-19

De acordo com dados coletados no dia 4 de outubro, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS estão estáveis em boa parte do país. Na grande maioria, os índices estão abaixo de 50%.
 
O Distrito Federal é exceção: voltou à zona de alerta crítico com 83% da capacidade de ocupação dos leitos Covid-19 e está com a taxa de letalidade em 1,15% pelo terceiro dia seguido. Desde março, a taxa não chegava a esse patamar.
 
O pesquisador da Fiocruz diz que isso tem dois motivos. “Primeiro, porque ainda estamos mantendo uma quantidade relativamente alta de casos. Se não conseguirmos reduzir os casos, vamos continuar internando. Segundo, é preciso ter uma dinâmica de fechamento de leitos. À medida que a gente não tem tanta demanda quanto tinha antes, os leitos gradativamente vão sendo fechados para reacomodar a rede existente, e os disponíveis para Covid-19 acabam sendo utilizados. Nos próximos dias, o cenário pode melhorar ou piorar. A situação varia de um dia para o outro”, diz Raphael.
 
Ou seja, a taxa de ocupação de leitos Covid no DF, hoje, não está necessariamente alta. O que ocorreu foi a redução do número de leitos disponíveis para o tratamento da doença em sua forma mais grave. Atualmente, o Governo do Distrito Federal tem um total de 478 leitos Covid-19. Destes, 29 estão vagos.

Questionada sobre os dados da Fiocruz, a Secretaria de Saúde disse que, desde o início da pandemia, tem adotado medidas de controle e prevenção ao novo coronavírus. Essas medidas abrangem abertura de leitos de UTI, aumento na força de trabalho para atendimento de pacientes na rede pública, entre outras. E completou dizendo que nos momentos mais críticos da pandemia a pasta fortaleceu a parte assistencial, de forma que as unidades tivessem sua capacidade de atendimento potencializada.

Fonte: Brasil 61

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