SUS passa a usar membrana amniótica como curativo biológico para queimaduras graves

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Os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) agora estão autorizados a utilizar a membrana amniótica — uma fina camada que envolve o feto durante a gestação — como um curativo biológico no tratamento de feridas, especialmente em casos de queimaduras graves. A medida foi aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) no último dia 9 de maio.

Produzida a partir do envoltório interno da placenta, a membrana é coletada após partos cesarianos, mediante autorização da gestante, e passa por rigoroso processamento em bancos de tecidos. O uso segue protocolos semelhantes aos de um transplante de pele, com exigência de autorização expressa do doador e testes para assegurar que o tecido está livre de doenças infecciosas.

De acordo com o cirurgião plástico Eduardo Chem, diretor do Banco de Tecidos da Santa Casa de Porto Alegre e principal defensor da proposta na Conitec, a nova tecnologia deve trazer importantes benefícios ao sistema público de saúde. “O uso da membrana é uma alternativa mais eficiente e mais barata para estimular a cicatrização, além de diminuir sensivelmente os níveis de dor. É uma possibilidade de tornar todo o tratamento mais ágil e melhor”, afirmou.

A expectativa é que o uso da membrana amniótica ajude a reduzir o tempo de internação dos pacientes, os custos hospitalares e os riscos de infecção, tornando o processo de recuperação menos doloroso e mais rápido.

O uso emergencial da membrana no Brasil ocorreu pela primeira vez em 2013, após a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Na ocasião, vítimas foram tratadas com o material biológico no Rio Grande do Sul. A prática já é comum em países como Estados Unidos, membros da União Europeia e diversas nações da América do Sul.

Com a decisão da Conitec, a membrana amniótica agora se soma ao portfólio de tecnologias avançadas disponíveis no SUS, representando um importante avanço na medicina regenerativa e no cuidado humanizado de pacientes com lesões graves de pele.

Com informações da Metrópoles

Foto: Reprodução/Instagram/@educhem