Empresa assegura que a aposta no modal ferroviário foi acertada e tem permitido substancial avanço na economia da região nos últimos anos
O despertar para a política de transportes ferroviários, relegada a um plano inferior, desde a explosão da indústria automobilística no final dos anos 50, o Governo Federal tem possibilitado um vertiginoso crescimento econômico em todo o Brasil, com ênfase no Centro Oeste, pela abertura de novas linhas e a concessões de várias que já existiam. Um dos exemplos é a empresa Rumo Logística, que investe pesado no Centro Oeste e, muito pontualmente em Goiás. Desde que arrematou a concessão de 1.537 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul em 2019 – renomeada pela concessionária como Malha Central -, a companhia investiu quatro bilhões de reais em obras, terminais e material rodante para transformar o trecho da linha férrea. Sob concessão que vai durar até 2049, os trilhos da Malha Central unem Goiás a Minas Gerais e São Paulo, além de conectar à Malha Paulista, para formar um extenso corredor até o Porto de Santos, o principal hub portuário da América do Sul e que concentra a exportação de commodities agrícolas para o mundo.
A Malha Central é um dos principais ativos logísticos do país e conta com terminais de grãos em São Simão e Rio Verde, em Goiás. Este último, também, opera com fertilizantes, além de um terminal em Iturama, Minas Gerais. Em 2024, os terminais localizados em Goiás movimentaram mais de seis milhões de toneladas de soja, milho e farelo. Os resultados mostram que a ferrovia impulsiona a eficiência logística e a competitividade, além de favorecer o crescimento da produtividade no agronegócio e na indústria em toda a região.
Em números
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas deve bater recorde em 2025, ao atingir 33 milhões e setecentas mil toneladas em 2025 só em Goiás. Isto significa um crescimento de 11,4% na safra anterior e o equivale a três milhões e quatrocentas mil toneladas a mais. Para a empresa, dada a importância do Estado para a economia do País, principalmente para o agro, implementaram-se novos terminais no estado. Em março de 2021, a concessionária inaugurou um complexo de farelo de soja em São Simão, em parceria com a Caramuru Alimentos; em julho do mesmo ano, fundou um terminal para movimentação de grãos em Rio Verde e em agosto de 2022, implementou uma unidade de fertilizantes na cidade de Rio Verde, em parceria com a Andali S/A, no mesmo complexo onde já se movimentava grãos. Agora, no primeiro semestre, será entregue um terminal de combustíveis.
Ainda em 2021, em Rio Verde, foi inaugurado com um investimento de 390 milhões de reais, o terminal multimodal da concessionária, que tem capacidade para receber 11 milhões de toneladas de carga por ano. O terminal atende a todo o Estado de Goiás e o leste de Mato Grosso. Ele opera 24 horas por dia e conta com acessos rodoviários, infraestrutura ferroviária, além de armazéns, silos, moegas e estruturas de recebimento rodoviário e carregamento ferroviário integradas a um avançado sistema de automação. Também, tem a capacidade de carregar um trem de 120 vagões em menos de oito horas. Atualmente, carrega em média dois trens por dia, que saem em direção ao Porto de Santos.
A área total conta com 250 hectares e durante a sua construção foram gerados 600 empregos diretos e mais de 1.000 empregos indiretos.
Por Nilton Pereira
Foto: Site Rumo Logística