Com a rotina modificada por conta da necessidade de isolamento social, saúde bucal das crianças foi negligenciada, causando problemas como mau hálito
DA REDAÇÃO
O dia a dia da população foi drasticamente modificado pela pandemia e pelas restrições impostas nesse período, principalmente para as crianças. Com maior tempo de permanência em casa, também aumentou consideravelmente o acesso à comida e a escovação dos dentes a cada refeição, em alguns casos, pode ter sido deixada em segundo plano. Atrelado a isso, o acompanhamento periódico com o dentista, tão necessário na primeira infância, também foi negligenciado em muitos lares.
Mais de 90% das causas do mau hálito nas crianças estão associadas a problemas bucais, com má higiene oral, presença de cáries ou doenças da gengiva.
De acordo com dados da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em 2020 houve uma redução de 66%, entre os meses de janeiro a maio, nos atendimentos odontológicos realizados em crianças. O estudo, publicado na revista International Journal of Pediatric Dentistry, também apontou que no mês de abril, considerado o pico da pandemia, esta redução chegou a 88%.
Segundo Kátia Barros Dantas, dentista e franqueada da Ortoestética em Pernambuco, os resultados disso estão sendo sentidos agora, com a recorrência de doenças bucais nas crianças que chegam ao consultório, refletindo inclusive em um problema que ainda é pouco associado ao público infantil, apesar de ser bastante comum: o mau hálito.
“Mais de 90% das causas do mau hálito nas crianças estão associadas a problemas bucais, com má higiene oral, presença de cáries ou doenças da gengiva. Outros problemas podem estar associados ao mau hálito como presença de adenoide e amigdalas aumentadas, respiração bucal, sinusite, desidratação, uso de alguns medicamentos, consumo de certos tipos de alimentos ou problemas no trato gástrico”, explica Kátia Dantas.
De acordo com a dentista da Ortoestética, o diagnóstico de mau hálito crônico, que pode ser chamado de halitose, também é possível, sendo identificado através de um equipamento chamado Halimeter, que detecta a presença de compostos sulfurados voláteis (CFV) no ar expelido. Segundo Kátia, a halitose, tanto em crianças quanto em adultos, tem tratamento e cura.
“A visita ao dentista é essencial para que possa ser feita a avaliação individual com relação à presença de cáries ou problemas de gengiva que podem estar desencadeando o processo e orientar cada caso em particular. Ou mesmo encaminhar para outros profissionais, quando se observa que existem outras causas associadas”, explica.
Para reverter esse quadro, a especialista afirma que os pais têm um papel fundamental na melhoria dos hábitos de saúde bucal das crianças, com a escovação diária dos dentes e da língua e o estímulo ao uso do fio dental. “É importante continuar mantendo as visitas regulares ao dentista a cada seis meses e estimular o consumo de água. Para os bebês, a higienização deve ser feita com gaze umedecida, limpando a gengiva e língua. Após a erupção dos primeiros dentinhos, devem ser usadas escovas apropriadas para bebês”, finaliza.
Fonte: Agência Dino