A partir do dia 14 de junho, valor que pode ser financiado sobe de R$ 52,8 mil para R$ 60 mil por semestre. Outros cursos não terão alteração das regras em vigor
DA REDAÇÃO
O Ministério da Educação (MEC) anunciou um novo teto do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para os cursos de medicina. O novo valor do financiamento será de até R$ 60 mil por semestre e passará a valer a partir do dia 14 de junho. Trata-se de uma antiga reivindicação dos interessados no programa. Até então, o teto máximo por semestre era de R$ 52,8 mil. Esse aumento no limite do financiamento só é válido para alunos que cursam medicina. Os outros cursos não terão alterações nas regras de financiamento. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, a determinação partiu do presidente. “A decisão foi tomada para evitar a desistência de estudantes que não conseguiam arcar com as mensalidades do curso de medicina”, explicou. Camilo Santana também disse que o novo teto será aplicado não apenas aos novos financiamentos, mas aos financiamentos a estudantes já matriculados. “Isso vale para quem já está no curso e vai valer para os novos alunos que vão ingressar nos cursos de medicina, financiados pelo Fies”, afirmou o ministro. Objetivo De acordo com o advogado Lucas Macedo, especialista em direito estudantil, o financiamento foi criado com o objetivo de abrir as portas do ensino superior para aqueles estudantes que não têm condições de arcar com a graduação. “Hoje, para você ter acesso ao financiamento estudantil você tem que preencher uma série de requisitos. A renda familiar não pode ser superior a três salários mínimos por cada pessoa que mora naquela residência”, explicou em entrevista ao jornal O Hoje. Além disso, o advogado orienta que a faculdade deve ter obrigatoriamente o convênio com o Fies. “Outro ponto muito importante é que o aluno tem que atingir a nota exigida no ENEM. É a nota mínima para ele ter acesso e poder concorrer a uma vaga”, destacou. A respeito do novo aumento do teto do fundo, Lucas informou que é destinado exclusivamente aos estudantes que estão cursando medicina ou que vão iniciar a graduação. “O curso de medicina hoje é um dos cursos mais caros do país. As mensalidades giram em torno de R$ 8 mil e R$ 12 mil”, argumenta Lucas. Por conta disso, muitos estudantes que se beneficiam do Fies, com renda per capita de até um salário mínimo, não conseguiam pagar o valor que ficava fora do financiamento. “Com o antigo teto, os alunos conseguiam financiar apenas R$ 7,14 mil por mês. Portanto, caberia aos próprios universitários pagarem a diferença às faculdades”, afirmou o especialista.