Goiás registra crescimento em transplantes, mas enfrenta alta taxa de recusa familiar

Texto do seu parágrafo (5)

Apesar dos avanços expressivos na estrutura hospitalar e no número de procedimentos, o Estado de Goiás ainda lida com um grande desafio na área de transplantes: a alta taxa de recusa familiar à doação de órgãos. Segundo dados recentes, 68% das famílias goianas se recusam a autorizar a doação após a confirmação da morte encefálica, número que está acima da média nacional e preocupa especialistas.

Essa resistência acontece mesmo diante de um cenário positivo no Brasil. Em 2024, o país atingiu um marco histórico com mais de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos realizados, superando o recorde de 28,7 mil em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e o Ministério da Saúde. Os órgãos mais transplantados continuam sendo rim, córnea e fígado.

Esse avanço nacional foi impulsionado por campanhas de conscientização, investimentos em logística e parcerias estratégicas. Uma dessas iniciativas foi a colaboração entre o Ministério da Saúde, companhias aéreas e a Força Aérea Brasileira (FAB), que permitiu o transporte gratuito de órgãos e tecidos em mais de 5 mil voos somente em 2024.

O Sistema Único de Saúde (SUS) segue sendo o principal pilar desse sistema, financiando cerca de 85% dos transplantes realizados no país. Além disso, o SUS fornece gratuitamente os imunossupressores necessários para a manutenção da saúde dos pacientes transplantados ao longo da vida.

Crescimento expressivo em Goiás

No cenário regional, Goiás também apresenta números animadores. O Estado registrou um crescimento de 62% no número de transplantes nos últimos três anos — passando de 553 procedimentos em 2022 para 895 em 2024. Rim e córnea continuam sendo os órgãos mais transplantados e também os que concentram as maiores filas de espera.

Atualmente, 1.705 pessoas aguardam por um transplante de córnea em Goiás, enquanto 691 esperam por um rim. A fila ainda inclui sete pacientes à espera de um fígado e uma pessoa aguardando por transplante de pâncreas, totalizando cerca de 2.400 pessoas na lista estadual.

Conscientização ainda é o maior desafio

Mesmo com o crescimento no número de procedimentos e a adoção de novas tecnologias de captação e compatibilização entre doadores e receptores, o obstáculo da recusa familiar ainda impede que muitos órgãos sejam aproveitados.

Autoridades de saúde reforçam a importância de conversar com os familiares sobre o desejo de ser doador. “A autorização da família é essencial. Por isso, é fundamental que a população esteja bem informada e compreenda o impacto positivo que a doação pode ter na vida de outras pessoas”, afirmam especialistas do setor.

Com estrutura e tecnologia em crescimento, a expectativa é de que, com mais campanhas de conscientização e diálogo entre as famílias, o Estado consiga reduzir a taxa de recusa e salvar ainda mais vidas.

Com informações do Mais Goiás

Quer enviar um recado?

Em breve você poderá enviar os seu recado por aqui. Por enquanto, fale conosco pelo WhatsApp!