Cinco mil unidades consumidoras foram inspecionadas em Anápolis; irregularidades são problemas técnicos, fraudes ou furtos de energia
DA REDAÇÃO
Uma inspeção realizada pela Equatorial Goiás, no primeiro trimestre deste ano, identificou 2 mil unidades consumidoras com algum tipo de irregularidade no consumo de energia elétrica em Anápolis, inclusive furto. A cidade ficou em oitavo lugar no ranking feito após monitoramento da distribuidora que flagrou 26 mil unidades com algum tipo de problema técnico ou fraude em Goiás, gerando perdas de 18 Gigawatt/hora, o suficiente para abastecer um município de 10 mil habitantes por um ano.
“A Equatorial Energia, desde que assumiu a concessão em janeiro deste ano, iniciou um programa estruturado de combate ao uso irregular de energia elétrica em todo o Estado”, informou o gerente de Serviço Técnico-Comercial da empresa, Pabllo Barbosa, em entrevista nesta terça-feira, 27, à Rádio Manchester. Segundo ele, foram 5 mil unidades inspecionadas em Anápolis, o que gerou a informação das 2 mil com problemas, o que representa 7,7% do universo total no território goiano.
Segundo o profissional da Equatorial, assim que é constatada a irregularidade, a primeira medida é cessar o consumo irregular. O cliente que é flagrado furtando energia elétrica recebe uma cobrança de tudo que deixou de pagar. A concessionária também comunica a situação à Polícia Civil, para que sejam feitas as apurações de praxe e, caso confirmada a denúncia, a pessoa responda criminalmente.
“Infelizmente temos conhecimento de quadrilhas que atuam em diversos Estados, e aqui em Goiás também, que produzem situações irregulares e vendem para os clientes, coagindo os grandes consumidores a participarem. Então para que a polícia faça a apuração, e leve as consequências às pessoas que praticam esse tipo de serviço, a polícia faz a investigação, faz ações em flagrante com perícia para dar um laudo da fiscalização e confirmar. A pessoa que utiliza energia de forma irregular paga o valor e comete crime, chegando a ser presa”, explicou Pabllo Barbosa.
Além de ser crime e o consumidor ter que arcar com todo o prejuízo causado pelo furto de energia, existe ainda o risco de morte quando alguém que não é habilitado faz alterações no medidor instalado no padrão ou decide fazer uma ligação clandestina da sua casa até o poste na rua. A ação irregular também pode gerar problemas no sistema elétrico em geral. “Quem usa energia de forma irregular não tem a preocupação com a conservação, deixa mais equipamentos ligados, com potência maior. Isso sobrecarrega sistema. Ou seja, devido a uma pessoa todo um bairro pode ser afetado”, alertou o gerente da Equatorial.
Checagem visa garantir o serviço ao cliente
A concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em Goiás possui processos que analisam indicadores e indicam aos técnicos onde devem acontecer as fiscalizações. Nesse processo, o intuito não é verificar se o cliente está utilizando energia de forma irregular, mas sim constatar o funcionamento correto dos equipamentos e fazer com que o cliente pague corretamente aquilo que está utilizando. Mas se nessa checagem é identificado o uso irregular da energia, as providências são tomadas.
“Além desse sistema, contamos com a população, que pode denunciar nas nossas agências de atendimento ou pelo telefone 0800-062-0196”, solicitou Pabllo. O profissional explicou porque é importante o combate ao uso irregular da energia. “Conforme o modelo tarifário nacional, toda população paga parte das perdas de energia. Ou seja, quando alguém usa energia de forma irregular, cada um de nós que pagamos a nossa conta certinha, um pedacinho dela equivale ao uso irregular de alguém”.
Não há um perfil de quem furta energia elétrica. Segundo o gerente da Equatorial, a mentalidade de que esse tipo de fraude está na periferia, entre os mais pobres, é equivocada. “Ela ocorre nesses locais também, mas está espalhado em toda a sociedade”. E abrange todo tipo de consumidor: comercial, industrial e também em propriedades rurais. “Todos são inspecionados e, infelizmente, em todos os segmentos nós identificamos o uso irregular de energia elétrica.
Fonte: DM Anápolis