Animados com a recuperação gradativa da economia, empresários do setor anunciam investimentos na cidade ainda neste ano
Por Priscila Marçal
“É como um avião. Ficamos taxiando na pista por muitos anos, às vezes andando pra trás. Mas agora estamos na pista de decolagem acelerando os motores, logo estaremos nos ares novamente”. Essas são palavras do empresário do ramo da construção civil, Arnaldo de Pina, presidente do Grupo Engecom, durante entrevista à Rádio Imprensa FM. A metáfora foi usada na intenção de expressar o otimismo que paira sobre os investidores do setor. Afinal, depois de muitos anos em recesso, agora a construção civil dá sinais de que está se recuperando.
Esse otimismo é fundamentado em dados. Foram 5 anos de PIB negativo no ramo da construção civil, uma queda de 29% nos empreendimentos em todo o país. Mas a realidade já começou a mudar com a recuperação gradativa da economia. Nos grandes centros urbanos a quantidade de obras já aumentou. As Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) dos Estados, registraram crescimento de 9,2% no Sudoeste do país no ano passado. “Quando os investimentos aumentam nas grandes cidades, temos o sinal de que vão melhorar aqui na nossa cidade também”, afirmou Arnaldo de Pina, que prevê um crescimento de pelo menos 3% no setor em Anápolis em 2020.
“Existe a retomada do setor, já é uma realidade, mas precisamos ter cautela e conter a euforia”, alertou o empresário. Firmados nessa positividade, a Engecom anunciou a construção de dois novos empreendimentos aqui na cidade, que juntos vão gerar 500 empregos diretos.
Mão de obra qualificada
O anúncio de novos empreendimentos para a cidade exige mão de obra qualificada. “Esse é um grade desafio que enfrentamos em Anápolis. Em todas as áreas de atuação temos um déficit de mão de obra qualificada”, afirmou o empresário, que disse que este é o momento para que as pessoas que procuram emprego busquem se qualificar para aproveitar as oportunidades que vão surgir.
Geração de Empregos
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, no Brasil há 13 milhões de pessoas trabalhando em alguma área da construção civil. Em julho do ano passado, de acordo com o MTE, as contratações com carteira assinada nas obras superaram as demissões pela primeira vez em 33 meses. Esses são apenas os cargos da área de construção, ou seja, engenheiros, arquitetos, pedreiros, eletricistas, etc.; sem levar em conta os empregos indiretos que movimentam outros setores como Serviços e Comércio.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, apontam que em Goiás a quantidade de empregos já começou a aumentar. Entre janeiro e novembro do ano passado, a diferença em contratações e demissões resultou no saldo positivo de 3.456 novas vagas de emprego no ramo.
Em Anápolis os números ainda não refletem a reação do setor. De janeiro a novembro, segundo o Caged, foi registrado o saldo negativo -27 vagas, embora ainda não seja o esperado, esse número já é melhor que o registrado no mesmo período de 2018, -93 vagas.
Termômetro da Economia
O setor da construção civil é considerado o “termômetro da economia”, quando o setor começa a ter resultados positivos é sinal de que o país está retomando o crescimento. Os economistas avaliam que para construir um empreendimento gera-se um grande número de empregos não apenas na área da edificação.
Durante a fase de construção é necessário adquirir o material, o que movimenta o comércio, gira a economia, gerando ainda mais empregos. Após finalizar o empreendimento começam as vendas, que também movimentam a economia. Entram em cena os corretores imobiliários, o que gera mais emprego, além de impostos e renda para o município.
Por fim, mais um ciclo se inicia quando o imóvel é ocupado. O setor de prestação de serviços é acionado para fazer as alterações no acabamento da obra, instalação de mobiliário e outros equipamentos que serão utilizados no local.
Por esses motivos, pode-se afirmar com segurança que quando um novo empreendimento imobiliário é anunciado, toda a economia da cidade sai no lucro.
Confira na íntegra a entrevista com o empresário Arnaldo de Pina, concedida à Rádio Imprensa FM: