🌍Países endurecem regras de imigração e fecham portas para estrangeiros

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Da facilidade à restrição: Itália, Reino Unido, Portugal e Argentina apertam o cerco contra novos imigrantes. Nova tendência global aponta para políticas mais duras e menos acolhimento.

Se antes bastava reunir documentos, provar alguma conexão com o país de destino e esperar uma resposta do consulado, agora o cenário para quem sonha em morar fora mudou — e muito. A imigração, que por anos foi incentivada por muitos governos, entrou numa fase mais rígida, refletindo um movimento global de contenção e endurecimento das regras.

Só nesta semana, quatro países anunciaram mudanças significativas em suas políticas migratórias: Itália, Reino Unido, Portugal e Argentina. As medidas, em geral, restringem o acesso à residência, cidadania ou vistos, mirando principalmente estrangeiros que buscam uma nova vida fora do país de origem.

Itália fecha o cerco à cidadania por descendência

Na terra da bota, o direito à cidadania italiana agora será restrito a filhos e netos de italianos. Acabou a possibilidade para bisnetos e gerações anteriores que até então conseguiam pleitear a nacionalidade. A nova medida mira diretamente na grande quantidade de pedidos baseados em vínculos familiares distantes — muitos dos quais vinham do Brasil, país com uma das maiores comunidades ítalo-descendentes do mundo.

Reino Unido dobra exigências

O Reino Unido endureceu suas regras para residência: o tempo mínimo necessário foi dobrado. Além disso, trabalhadores e estudantes estrangeiros perderam diversas facilidades, em mais um reflexo da postura pós-Brexit. O objetivo é reduzir drasticamente a entrada de imigrantes não britânicos, mesmo os qualificados.

Portugal quer mais tempo de espera

O país que por muito tempo foi visto como porta de entrada para a Europa quer desacelerar o processo de naturalização. O governo português propôs ampliar de 5 para 10 anos o tempo mínimo de residência para estrangeiros solicitarem a cidadania. A mudança atinge diretamente milhares de brasileiros que veem Portugal como destino preferencial por conta da língua e da afinidade cultural.

Argentina impõe novas barreiras

Na Argentina, o governo Javier Milei adotou um tom ainda mais duro. Estrangeiros com antecedentes criminais não poderão mais entrar no país. Além disso, passa a ser obrigatório apresentar um seguro saúde para ser admitido no território argentino. As medidas fazem parte de um pacote de ações para “reordenar” o sistema migratório.

Brasileiros no exterior: quem são e onde estão?

Os números impressionam: só em Portugal, há cerca de 400 mil brasileiros — a maior comunidade estrangeira do país. Na Itália, são 150 mil; no Reino Unido, 100 mil; e na Argentina, outros 100 mil. Em todos esses destinos, as novas regras têm impacto direto sobre milhares de brasileiros que vivem ou pretendem se mudar para lá.

Cenário global: tendência de fechamento

Segundo dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de migrantes internacionais no mundo chegou a 304 milhões em 2024 — o equivalente a cerca de 3,8% da população global. No entanto, apesar do volume, a receptividade dos países tem diminuído.

A tendência que antes era abrir as portas e integrar, agora parece seguir um caminho oposto: conflitos étnicos, pressões sociais e políticas nacionalistas estão transformando a migração em uma questão de segurança e controle. O mundo, ao que tudo indica, está se fechando.

(Imagem: Clarin | Reprodução)
C/ informações do The News