Clientes poderão solicitar o compartilhamento de dados e informações sobre transações e serviços contratados em instituições financeiras
DA REDAÇÃO
Foi iniciada nesta sexta-feira (13), pelo Banco Central, a segunda fase do Open Banking no Brasil. Nessa nova etapa, os clientes poderão solicitar o compartilhamento de dados cadastrais, de informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados em instituições financeiras. Na primeira fase, foram os bancos que integraram seus dados.
O compartilhamento ocorre apenas se a pessoa autorizar, sempre para finalidades determinadas e por um prazo específico. E será possível para o cliente cancelar essa autorização a qualquer momento, em qualquer das instituições envolvidas.
“A decisão de compartilhamento é do cliente. Ele tem o total e pleno direito de usar sua informação. Ele tem que ver um benefício nesse compartilhamento e consentir”, explicou o chefe do departamento regulação do sistema financeiro do Banco Central, João André Pereira. O compartilhamento de dados pode ser feito pelo cliente nos canais digitais das instituições.
Serão compartilhadas entre instituições participantes os dados cadastrais, informações sobre transações em contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. Participam do Open Banking apenas instituições reguladas, autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.
De acordo com o Banco Central, os benefícios para os clientes é que eles poderão receber ofertas de produtos e serviços mais adequados ao seu perfil, a custos mais acessíveis e de forma mais ágil e segura. Também poderão surgir soluções mais personalizadas de gestão e de aconselhamento sobre finanças pessoais, por exemplo.
“O Open Banking é uma rede segura de informações dentro do sistema financeiro. Você vai construir o seu próprio banco, escolhendo os melhores produtos para você”, explicou o chefe-adjunto do departamento de tecnologia da informação do Banco Central, Aristides Cavalcante.
Cronograma da segunda fase do Open Banking
13 de agosto e 12 de setembro: poderão ser compartilhados dados cadastrais.
13 de setembro a 26 de setembro: dados cadastrais + dados de transações relacionadas às contas corrente, de poupança e pré-pagas
27 de setembro a 10 de outubro: todos os dados anteriores + dados de transações relacionadas a cartão de crédito e operações de crédito (como financiamentos e empréstimos)
11 de outubro a 24 de outubro: todos os dados cadastrais e transacionais anteriores
O que é o Open Banking
O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central.
É um serviço criado para simplificar as relações entre bancos e clientes, padronizar o processo de compartilhamento de dados no Sistema Financeiro Nacional, ampliar a competitividade e baratear serviços.
Com funciona atualmente
Hoje, uma instituição não tem acesso a informações sobre o relacionamento do cliente com outra, então, tem dificuldade de competir por esse cliente com melhores serviços.
Como fica com o Open Banking
Depois da permissão do correntista, as instituições se conectam diretamente por meio de plataformas e acessam os dados autorizados pelos correntistas. Um banco poderá compartilhar com outro se aquele cliente é um bom pagador e se usa ou não o cheque especial.
Ou seja, as informações pessoais de um cliente, que são tão valiosas, poderão ser usadas de modo a favorecer e beneficiar o próprio cliente.
Fases de implantação
O Open Banking está sendo implantado de forma gradual, em quatro etapas. A terceira etapa deve ser iniciada no dia 30 deste mês. Nessa fase, surge a possibilidade de compartilhamento dos serviços de iniciação de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. A primeira forma de pagamento será com PIX.
Demais como TED, pagamento de boletos e pagamento com débito em conta ocorrerão de forma gradual até setembro de 2022.
A quarta fase, com início previsto para 15 de dezembro, prevê o compartilhamento de informações sobre produtos de investimentos, previdência, seguros, câmbio, entre outros, ofertados e distribuídos no mercado.