DA REDAÇÃO
Hospitais estaduais alavancam captação de órgãos em Goiás. O estado registrou 118 transplantes de órgãos, de janeiro a setembro deste ano, um salto de 61,6% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Quando somados os transplantes de tecidos (córnea, esclera, medula e músculo esquelético), os números são ainda maiores, no total de 528 procedimentos, aumento de 43,8% em relação aos nove primeiros meses de 2022.
Captação de órgãos
O Estado é referência nacional em transplantes e captação de órgãos, a cada ano salvando mais vidas por meio dos transplantes.
Reforçando os números, no último sábado (14/10) o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) realizou sua nona captação de órgãos para transplante. Foram captados fígado, rins e córneas, que irão beneficiar pessoas que aguardam na fila do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
A doadora era uma mulher de 50 anos, que teve morte encefálica determinada por protocolos seguidos por lei. O hospital faz parte da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO) e contou com o suporte logístico da Força Aérea Brasileira e do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás para o transporte da equipe médica e dos órgãos doados.
Conscientização sobre o ato de doar
Segundo o secretário Sérgio Vêncio, a promoção da doação de órgãos é uma marca da Secretaria de Estado da Saúde (SES), com ações sistemáticas e permanentes para conscientizar a sociedade sobre a importância da doação. Ele ainda lembra a relevância da atuação de unidades de saúde do Estado, como o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), que é o único da rede estadual de saúde a realizar transplantes renais e hepáticos.
Em campanha durante o mês de setembro, a SES reforçou a importância da conscientização sobre o ato de doar. A gerente de Transplantes, Katiuscia Freitas, ressaltou na época que é preciso realizar uma transformação cultural, por isso é preciso falar abertamente sobre a doação de órgãos na tentativa de alertar a população.
Recusa familiar passa de 60%
“Precisamos evoluir na aceitação da família e, consequentemente, diminuir o tempo de espera para o transplante”, defende. Segundo Katiuscia, o grande desafio para o aumento dos transplantes continua sendo a recusa familiar, que chega a 63,4%, por decisões que envolvem desconhecimento, mitos e tabus em torno do tema.
No Brasil, mais de 65 mil pessoas aguardam na lista de espera por órgãos, um dos maiores números dos últimos 25 anos. A posição da pessoa na fila depende de uma combinação de tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS), e independe de ser um paciente da rede pública ou privada.
A doação de órgãos é um ato de amor que possibilita salvar muitas pessoas. Para se tornar um doador em vida, a pessoa deve ter mais de 21 anos e concordar com a doação, desde que não comprometa sua própria saúde. A doação após morte encefálica só acontece com autorização da família. Por isso, é importante comunicar para as pessoas mais próximas o desejo de se tornar um doador.