Milho, carnes bovina, suína e de frango e o açúcar foram os produtos exportados que mais se destacaram no primeiro mês do ano
DA REDAÇÃO
As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 10,23 bilhões em janeiro, alta de 16,5% no comparativo anual e um recorde para o mês, com crescimento de 10,5% nos preços médios dos produtos e 5,5% no volume embarcado. Os dados são do Ministério da Agricultura e Pecuária, divulgados nesta quinta-feira (16).
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério, os produtos exportados que mais se destacaram no primeiro mês do ano foram o milho, as carnes bovina, suína e de frango e o açúcar. Neste último, as vendas externas de açúcar totalizaram US$ 870 milhões, alta de 68%. Os destaques foram os seguintes mercados: Argélia, Nigéria, Marrocos, Egito e China.
As vendas externas de milho tiveram um volume recorde no período, com 6,2 milhões de toneladas, e com isso a receita disparou 166,4% em relação a janeiro do ano passado, para US$ 1,8 bilhão.
Em nota, o Mapa informou alguns fatores que influenciaram este resultado.“O ritmo lento da colheita de soja, que viabilizou a logística de transporte para o cereal; a continuidade do conflito na Ucrânia, que reduziu a produção de um importante fornecedor mundial de milho, e a demanda da China, a partir da autorização para comercialização em novembro do ano passado”.
Soja
Por outro lado, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) exportou US$ 1,5 bilhão, recuo de 26,6%. O setor foi influenciado pela baixa disponibilidade de soja em virtude do ritmo lento da colheita. Mesmo assim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção recorde de 152,9 milhões de toneladas do grão, de acordo com dados do último levantamento divulgado neste mês de fevereiro.
Exportações de carnes
As exportações do complexo carnes somaram quase US$ 2 bilhões, também recorde para o primeiro mês do ano. A carne bovina correspondeu a US$ 848 milhões e o volume exportado foi de 182 mil toneladas. A China continua como a maior importadora desta proteína, correspondendo a cerca de 57% do valor exportado.
Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, a oferta de carne de frango no mundo foi afetada pela incidência de gripe aviária em grandes regiões produtoras. Este fato possibilitou o forte aumento da quantidade exportada pelo Brasil e influenciou a formação do preço internacional da proteína.
Com isso, os embarques de frango em janeiro também tiveram volume recorde e alto preço médio de exportação, somando US$ 839 milhões e 409 mil toneladas. Os principais destinos foram China, Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
O analista da Safras & Mercado Fernando Iglesias explica os fatores que influenciaram esse crescimento das vendas das carnes de frango e suína. “Essa alta foi motivada por uma retomada dos importadores chineses do mercado após o feriado de Ano Novo lunar. Isso acabou motivando um maior fluxo de exportação. Esse ano será especialmente positivo para as exportações de carne e frango. Mas devemos ficar atentos às questões envolvendo influenza aviária batendo à nossa porta. Mas de qualquer maneira o Brasil segue como grande alternativa de fornecimento dessa proteína”.
Em relação aos embarques de carne suína, Iglesias alerta para a necessidade de reduzir a dependência em relação ao mercado chines. “No caso da carne suína no mercado, há uma necessidade de diversificar, pulverizar as exportações, buscar alternativas para reduzir a dependência em relação ao mercado chines. Isso hoje é fundamental em função da grande dependência que nós temos em relação a China”.
Ao todo, os embarques de carne suína somaram mais de US$ 210 milhões em janeiro deste ano, valor também recorde para os meses de janeiro. A China comprou mais da metade desse valor. Segundo o Mapa, “a forte demanda chinesa por proteína animal foi determinada pelo período de celebração do Ano Novo Lunar chinês, que se iniciou no fim de janeiro”.
Fonte: Brasil 61