Crianças de até 9 anos estão adoecendo mais por vírus respiratórios

De acordo com pesquisador da Fiocruz, a volta das atividades normais como a escola favoreceram o reaparecimento de outras doenças respiratórias comuns nesta faixa-etária

DA REDAÇÃO

Doenças respiratórias diferentes da Covid-19 estão causando muitas internações de crianças recém-nascidas até os nove anos de idade, segundo dados do novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (28/10). Em várias partes do país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, estão surgindo novamente outros vírus que estão causando Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), como são os casos do Bocavírus e as Influenzas 3 e 4. 

Desde o início de 2021, casos de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e de Rinovírus, já estavam sendo identificados nesta população. O VSR é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas. A análise da Fiocruz verificou que nessa faixa etária houve aumento significativo de registros de VSR, com registros semanais superiores aos observados para Sars-CoV-2 (Covid-19). E é isso o que explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

“Há um ressurgimento de outros vírus respiratórios que são muito comuns em crianças e que também causam internações em volumes importantes e quando a gente olha para os resultados laboratoriais, a gente vê, ao longo deste ano um número maior de casos positivos como o da síndrome respiratória aguda grave do que para a própria Covid-19, por exemplo”, destacou o pesquisador.

De acordo com o Boletim InfoGripe da Fiocruz, entre as crianças de 0 a 9 anos, foi observada uma estabilização de casos semanais registrados como Síndrome respiratória Aguda Grave (SRAG) em valores entre 1.000 e 1.200, próximos ao que se registrou no pico de julho de 2020 (quando foram registrados 1.282 casos na Semana Epidemiológica 29). 

Para o pesquisador Marcelo Gomes, esses casos de aumento da internação de crianças de até nove anos por vírus respiratórios está relacionado à uma retomada maior das atividades normais, como a escola. “Isso se deve fundamentalmente por conta de uma maior exposição das crianças neste ano, que voltaram a circular mais, voltaram a frequentar as escolas, de maneira geral. Então, isso faz com que a transmissão de vírus respiratórios em crianças seja cada vez mais frequente e isso não só em relação à Covid-19, mas para outros vírus respiratórios”, observou. 


Fonte: Brasil 61

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