Dados da OMS apontam que pelo menos 11,7 milhões de brasileiros sofrem com a doença. Especialista explica que uma dieta bem definida melhora o funcionamento dos neurotransmissores
DA REDAÇÃO
No Setembro Amarelo, mês onde as atenções se voltam para a prevenção do suicídio, especialistas mostram que a alimentação pode influenciar positivamente a saúde mental. Em um contexto onde a depressão afeta mais de 11,7 milhões de brasileiros, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), algumas mudanças, que normalmente estão ao alcance da maioria da população, podem ser adotadas na rotina alimentar.
A nutricionista Nany Sado explica que além da terapia, atividades físicas e medicamentos, a escolha de nutrientes específicos podem trazer mais ânimo e energia para quem precisa lidar com a depressão. “Existem alimentos que atuam diretamente no funcionamento do cérebro e neurotransmissores, além dos hormônios”, detalha.
O que comer?
Segundo a nutricionista, não existem alimentos milagrosos ou prejudiciais na rotina alimentar de quem tem ansiedade ou depressão, mas investir em uma dieta equilibrada pode ser a chave para amenizar os sintomas dessas doenças. Veja alguns exemplos:
Chocolate amargo, arroz, ervilha, banana, oleaginosas, salmão, carnes magras, ovos, leite e derivados são alguns dos alimentos que contêm triptofano, um aminoácido precursor da serotonina – hormônio do bem-estar.
Folhas verdes, derivados do leite, uva e abacate, por exemplo, possuem cálcio e magnésio, responsáveis por regular os neurônios, ajudando também no bem-estar. Na lista também entram alimentos ricos com ômega 3 – atum, sardinha ou salmão, eles tem propriedades ansiolíticas que oferecem efeito calmante.
Ao falar da saúde cerebral, pode-se mencionar os antioxidantes – considerados como neuroprotetores. Alimentos como canela, maçã, cereja, ameixa, couve e beterraba podem melhorar os sintomas depressivos. No controle dos sintomas entram também as vitaminas do complexo B que podem ser encontradas na cenoura, tomate, aveia, leite, ovos e carnes.
O que evitar?
Nany Sado reforça que açúcar, gorduras e ultraprocessados devem ser evitados por todos, mas especialmente por quem tem depressão ou ansiedade. “A lista é grande: farinha branca, doces, frituras e tantos outros alimentos similares podem trazer agitação, ansiedade ou um humor deprimido. Inicialmente até trazem conforto, mas é apenas momentâneo e o excesso na busca por esse bem-estar pode causar outros problemas como obesidade, hipertensão ou até doenças cardíacas”, finaliza a nutricionista.